HISTÓRICO DA PARÓQUIA BOM JESUS
Desta vez, os protagonistas são Francisco Buzolin e Georgina Pereira dos Santos Buzolin. O casal doou uma faixa de terra para a edificação de uma capela em louvor ao Senhor Bom Jesus, e ao seu redor, foi se fixando uma população que originou uma nova comunidade dentro de Araras.
Situada ao sul do espigão divisor de águas, onde se encontra o centro do município, as terras eram no inicio do séc. XX, ocupadas por olarias, eucaliptos, abacateiros, pastagens e uma pequena fabrica de farinha de mandioca. Mas, eram as laranjeiras que as dominavam. Separavam-se por uma espécie de muralha natural, o Ribeirão das Furnas. Seus proprietários eram diversos, Major Levy Sobrinho, irmãos Camargo, Pastre, Marques, Zutin, Coghi, Bonini, Bonfante, Fischer, Paris e outros. Posteriormente, foram desmembradas e loteadas, nascendo bairros com denominações diferentes, dentre elas Francisco Buzolin, onde se encontra a igreja do Senhor Bom Jesus de Pirapora.
Chegava-se a essas terras por dois caminhos: um bem rústico, onde hoje é a ponte da Avenida Zurita e outro mais amplo e seguro, atual ponte sobre a Avenida Pe. Alarico.
Francisco Buzolin, administrador das terras de Levy, ali vivia com sua família. Jovem, trabalhador, sonhava com a posse de parte daquelas terras entre as de Levy e Camargo. Provavelmente por inspiração divina! Após, muito trabalho o sonho se realizou e para agradecer ao Senhor esteve com a família na cidade de Pirapora e ao voltar, queria cumprir o que prometera, ou seja, doaria uma parte das terras dentro de sua propriedade, para a construção da capela em honra ao Senhor Bom Jesus e empregaria uma porcentagem da venda de mudas de laranja para a construção da mesma.
Começaram os trabalhos para aquisição de fundos. Muitos se movimentaram, coordenados por Francisco Buzolin e Senhora. Até que, na manhã de 6 de maio de 1932, com alguns amigos, fez uma alvorada de fogos no centro da cidade para anunciar o nascimento da nova comunidade. Houve um pequeno leilão na casa de Manuel Ferreira e dali seguiram para as terras doadas, onde depositaram a pedra fundamental da capela. Deste dia em diante, listas foram sendo distribuídas para obtenção de material de construção e fundos para a edificação. Um pequeno exército de pessoas corajosas, iniciaram os trabalhos e surgiram as primeiras paredes, seguindo o projeto do casal. A construção ficou sob a responsabilidade de Pedro Cúrtulo, auxiliado por outros profissionais, como Vitório Bellini, Adelino Zanca e Amadeu Cúrtulo. Em 29 de julho de 1934, saindo da Matriz N.S.do Patrocínio, ás 17 horas, os fiéis levaram a imagem a ser abençoada pelo Cônego Paschoal Francisco Quércia Sobrinho á capela recém-construída. Foram paraninfos o Sr. Major Levy Sobrinho e Senhora Virgínia Meyer Leite esta, devido uma enfermidade, fora representada. A imagem do Senhor Bom Jesus, havia sido doada por Dª Maria M. Craveiro
Em seis de agosto de 1934 aconteceu a primeira festa da nova comunidade, na pequena igreja, oficialmente inaugurada com missa festiva, procissão e quermesse num barracão coberto de sapé. Outras festas passaram a acontecer anualmente, durante uma semana e sempre se encerrando com missa, procissão e quermesse; muitos doavam e doam seu trabalho voluntário. A partir de 1970, esta festa passou a ser celebrada e encerrada no domingo, após o dia 6 de agosto. A devoção foi crescendo e todo seis de agosto uma peregrinação á igreja da Pirapora tornou-se uma tradição, tanto por ararenses, quanto por moradores da região. Seus festejos foram se tornando famosos, movimentando toda á cidade de Araras e fez surgir um comércio ambulante nas imediações e ao longo da avenida, hoje Padre Alarico. Um pequeno parque de diversão ali se instalava dando a festa mais alegria.
Dez anos após, foi necessário ampliar a igreja, pois a comunidade crescia e o bairro também. Duas pequenas salas, atrás do altar central, onde estava fixada a imagem do Senhor Bom Jesus foram construídas para servirem de sacristia e sala dos milagres, isto é, devotos ali deixavam algum sinal da graça alcançada. Atrás do altar de mármore, ficavam em destaque a imagem do Bom Jesus e ao lado, em plano secundário, as imagens de Nossa Senhora das Dores e São José. Para chegar-se á imagem do Bom Jesus, havia uma pequena escada construída para que os devotos por elas passassem. O sacrário em metal ficava fixado na parede do altar. O presbitério separava-se da assembléia por uma balaustrada, onde se recebia a comunhão. Nas paredes laterais erguiam-se quatro altares em mármore, dois de cada lado, onde ficavam outras imagens. Um confessionário completava o conjunto de mobília que compunha com os bancos, o ambiente. Tudo muito simples, porém, tudo exalava amor e fé. Um sino apoiava-se numa viga externa para chamar o povo.
Por volta de 1960, a iluminação e ventilação já estavam defasadas e exigiram nova modificação. Foram então, retirados os altares laterais colocados seis vitrôs e uma porta lateral para facilitar o acesso. O templo permanecia fechado e só era aberto por ocasião dos festejos ou para visitações. Durante 28 anos, esteve sob os cuidados da família Francisco Buzolin.
O primeiro batizado realizou-se em seis de fevereiro de 1945 da pequena Anete numa pia batismal improvisada e o primeiro casamento de Magdalena Buzolin e Geraldo Borges em 10 de fevereiro de 1945, ambas celebrações presididas por Monsenhor Paschoal Francisco Quércia Sobrinho, da Paróquia de N.S. do Patrocínio. Anete e Magdalena eram filhas do casal Francisco Buzolin.
Tudo muito bem conservado dentro da simplicidade da época e aqui, não nos podemos esquecer de uma pessoa conhecida por João Bonito, a qual diariamente varria o redor da igreja e por ali permanecia orando, contando histórias, alegrando as crianças dali. Provavelmente tenha sido um dos primeiros asilados, mas procedia como perfeito guardião! Que saudade...
Com a urbanização, chegou o loteamento daquelas chácaras e uma nova paisagem surgiu. Eram os imóveis domiciliares e empresariais que chegavam, assim como ruas e avenidas traçadas segundo um planejamento urbano. Em 28 de março de 1960, nossa igreja desligou-se da
Matriz N.S. do patrocínio e assim, recebeu o seu primeiro vigário: Pe. Dorival Lanza. Ali permaneceu até 13 de junho de 1961, quando chegou e ocupou seu lugar, Pe. Ângelo P. Longhi. Dentre os seus vários trabalhos na comunidade, citamos a entronização da pia batismal próximo á porta central, conservada até hoje em nossa matriz, a substituição do sacrário metálico, embutido na parede por outro esculpido em madeira por Pedro Polesel e por ele doado, ficando ao lado do altar sobre um suporte também em madeira. O altar de mármore foi retirado e substituído por outro de madeira sobre um patamar para ficar em destaque, com algumas cadeiras para o presidente da celebração e acompanhantes. Na parede, apenas um nicho em mármore, abrigando um crucifixo em metal; duas estantes da palavra ficavam ao lado da mesa. Para dirigir-se à sacristia havia duas passagens com cortinas. Após a retirada dos altares laterais foram colocados suportes de mármore, apoiados nas paredes, onde estavam as seguintes imagens: Nossa Senhora das Dores, São Benedito, Santo Antonio, Nossa Senhora do Rosário, Santa Luzia, Sagrado Coração de Jesus, São Sebastião, São Francisco, São Judas e São Brás. Uma grande Hóstia ornamental igualmente esculpida e doada por Pedro Polesel foi colocada no Sacrário.
Por motivos particulares, Pe. Longhi deixou a paróquia e esta foi confiada aos padres canossianos que já estavam em Araras, e portanto, anexada à Paróquia São Benedito em 1971. Em 24 de março de 1972, assume o terceiro vigário, Pe. Teófilo T. Pescarolo.
Vendo a estrutura da igreja comprometida pelo tempo e a pequenês do espaço, Pe. Teófilo lança a pedra fundamental para uma nova igreja em 30 de julho de 1978, iniciando-a com a sua fundação. Criou o CAP e o CPP para auxiliarem-no. Nesta época, ou seja, 25 de agosto de 1972, a casa paroquial estava na Avenida D. Renata Crespi, e somente em 1973, foram adquiridos os terrenos para a construção de nova casa (inauguração 27/08/76) e do Salão Paroquial de eventos.
Em 12 de agosto de 1979, Pe. Teófilo é substituído pelo Pe. João Drago, juntamente com o Ir. Gregório Miotto e Pe. Eduardo Lanzolaca, pois na ocasião faziam parte da Paróquia do Bom Jesus, os bairros do Sobradinho, Nova Olinda e Vila São Nicolau, fazendas Santana, Água Boa, Paineiras e Cerâmica Antigua, conjunto este, hoje sob os cuidados da Paróquia de Nossa Senhora Aparecida.
Nova mudança em 1º de junho de 1980, Pe. João parte e chega Pe. Renato G. Marchioro, que dá continuidade á construção da igreja, auxiliado pelos irmãos Tarcísio Giovanini Verga e Sebastião Araújo. Toda a comunidade se movimentou, acelerando os trabalhos de construção. Várias equipes de trabalho foram surgindo, cada uma com uma determinada função. Dentre as muitas pessoas que voluntariamente ajudaram, citamos: Natalino Contiero, Laurindo Bonini, Dércio Grigoletto, Miguel Benjamin, Sebastião Ré, Antonio de Góes, Benedito Bressan, João de Oliveira, Norival Guadaghin, Ermínio Casadei e Mário Betelli. Perdoem-nos se houve omissão de nomes.
Trabalho e suor foram necessários para que a comunidade conseguisse atingir o seu objetivo. Como um formigueiro, cada um fazia o seu trabalho. Finalmente, no dia 3 de julho de 1983 deu-se a inauguração da nova igreja, agora projeto do Senhor Albino Pavan (Tite) e sob a responsabilidade da Construtora Pavan Ltda. Em novo estilo surge a nova igreja, moderna, ampla e aconchegante, enquanto a antiga foi demolida em 14 de agosto de 1983.
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As quermesses realizavam-se sempre com muita animação e alegria, contribuindo para isso, os músicos que tocavam seus instrumentos no pequeno coreto á frente da capela e também a força da novena que era rezada ao Senhor Bom Jesus. Tudo isso aconteceu desde os anos de 1960. Foi a primeira paróquia a realizar a bênção dos carros (Dia de São Cristóvão), tradição conservada até hoje. Em 31 de março de 1985 é inaugurado o Centro Pastoral, no porão da Igreja e dedicado ao Ir. Tarcísio.
Mas... vem a transferência de Pe. Renato e para ocupar seu lugar chega Pe. Guido Franzolini (08/04/89), auxiliado pelos padres Emanuel, João Carlos Barbalho e Giordano Gino Zen. Com o prosseguimento dos trabalhos vieram várias inaugurações: a Capela do Ossuário no subsolo da Igreja, dois salões externos para eventos, inaugurados em 12 de agosto de 1990, o Salão paroquial Pe. Ângelo Longhi, o Salão Paroquial Dom Tarcisio Ariovaldo Amaral, em 25 de novembro de 1995 e a Livraria da Paróquia. Pe. Guido formou o Centro da Mulher e a Pastoral da Criança, a primeira do município.
Após vinte e oito anos, os padres canossianos acharam por bem entregar a administração da Paróquia à Diocese de Limeira e se retiraram. Chega então, o primeiro padre diocesano, Pe. Carlos Alberto da Rocha em 12 de junho de 1998, aqui permanecendo até abril de 2000. Durante este período foi colocado um altar para Nossa Senhora Aparecida, celebrou-se a comemoração festiva dos 40 anos da Paróquia e a Cerimônia de Dedicação do Altar e da Igreja por Dom Ercílio Turco.
Em 1º de junho de 2000, Pe. Marcio Antonio Catani assumiu a paróquia com muita disponibilidade. Realizando, com o apoio constante de equipes de trabalhos e a colaboração dos paroquianos a construção da torre com seu carrilhão (inauguração 06/08/2002), ampliação da área frontal (salas para sacristia, atendimento e secretaria) inaugurada em 28/06/2003. As salas do fundo foram reformadas e reocupadas, as rampas de entrada para facilitar o acesso, a gruta à Nossa Senhora de Lourdes, o chafariz e a nova grade para limitar o espaço de entrada. Uma reforma no subsolo originou a biblioteca e videoteca São José e à substituição do antigo vitral na frente da igreja, dedicado ao Senhor Bom Jesus por um mais moderno, melhoria da ventilação e iluminação do templo. Criou a PasCom (Pastoral da Comunicação), a Infância Missionária, a Equipe do Dizimo Mirim e reestruturou a Pastoral Familiar- Setor Pré-Matrimonial.
NOSSA HISTÓRIA EM VÍDEO
Neste vídeo temos um pequeno resumo de nossa história com imagens exclusivas. Desde os fundadores da antiga capela, construção do novo prédio até a nossa igreja de atualmente!